sábado, 18 de dezembro de 2010

DESCRITORES QUE COMPÕEM A MATRIZ DE REFERÊNCIA

Fonte: Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública – SIMAVE WWW.simave.
Organização: Aparecida Barony Lage Costa

DESCRITORES QUE COMPÕEM A MATRIZ DE REFERÊNCIA DETALHADOS A SEGUIR:

D1. Identificar letras do alfabeto
O aluno deve reconhecer letras do alfabeto apresentadas isoladamente, em sequências de letras ou no contexto de palavras.

D2. Conhecer as direções e o alinhamento da escrita da língua portuguesa
O alfabetizando, ao ter contato com um texto (contos, tirinhas, notícias, entre outros), deve identificar a direção formal da escrita: onde se inicia a leitura ou onde se localiza a última palavra do texto. Considerando a tarefa de registro escrito, espera-se que o aluno copie uma frase respeitando as direções da escrita (de cima para baixo, da esquerda para a direita), bem como demonstre o uso correto das linhas, das margens e do local adequado para iniciar a escrita em uma folha.

D3. Diferenciar letras de outros sinais gráficos, como os números, sinais de pontuação ou de outros sistemas de representação
O aluno precisa diferenciar letras de números e de outros símbolos. Deve reconhecer, por exemplo, um texto que circula socialmente dentre outros textos, ou uma seqüência que apresenta somente letras ou outras seqüências que apresentam letras e números.

D4. Distinguir, como leitor, diferentes tipos de letras
A criança deve identificar letras isoladas ou palavras escritas com diferentes tipos de letras: maiúscula, minúscula; cursiva; caixa alta e baixa.

Risque onde estão escritas as duas palavras:Banana Limão
A) BACANA, LIMÃO.
B) BACANA, MELÃO.
C) BANANA, LIMÃO.
D) BANANA, MELÃO.

D5. Identificar, ao ouvir uma palavra, o número de sílabas (consciência silábica)
O alfabetizando precisa, ao ouvir a pronúncia de palavras (monossílabas, dissílabas, trissílabas, polissílabas; oxítonas, paroxítonas, proparoxítonas); com diferentes estruturas silábicas (CV – consoante-vogal, CCV – consoante-consoante-vogal, CVC – consoante-vogal-consoante, V – vogal, VC – vogal-consoante, ditongo, etc.), identificar o número de sílabas que compõe uma palavra.

Risque o quadrinho que mostra quantas sílabas (ou pedaços) tem a palavra VACA.
4
3
2
1
D6. Identificar sons de sílabas (consciência fonológica e consciência fonêmica)
Ao ouvir palavras de um mesmo campo semântico ou de campos semânticos distintos, ditadas pelo aplicador, a criança deve identificar: sílabas com diferentes estruturas (CV, CCV, CVC, V, VC, ditongo, etc.) no início, meio e final dessas palavras.

D7. Identificar o conceito de palavra (consciência de palavra)
A criança precisa reconhecer o número de palavras que compõe um pequeno texto. Ao observar uma palavra, ser capaz de identificar o número de vezes que ela se repete em um texto. Espera-se, ainda, que palavras compostas por menos de três letras também sejam identificadas.

D8. Ler palavras em voz alta
É necessário que o aluno demonstre habilidades de leitura de palavra em voz alta. As palavras a serem lidas obedecem a uma escala de dificuldade, em relação a sua estrutura silábica. São apresentadas palavras com a sílaba CV (consoante/vogal) e/ou palavras compostas por sílabas complexas, tais como: CVC, CCV e ainda sílaba composta apenas por vogal ou ditongo.

D9. Ler, em voz alta, uma frase ou um texto
O alfabetizando deve ler frases curtas com estrutura sintática simples (sujeito + verbo + objeto), frases longas com estrutura sintática complexa e também ler pequenos textos.

D10. Ler palavras silenciosamente
A criança deve ler palavras silenciosamente. A palavra apresentada é acompanhada de um desenho que a representa. Assim como o D8, esse descritor apresenta palavras em um nível crescente de dificuldade em relação à estrutura silábica, ou seja, sílabas CV, CVC, CCV, V e palavras com ditongo.

Leia silenciosamente as palavras abaixo e ligue cada palavra ao seu desenho.
Fique atento! Não vale ler em voz alta.

CÃO

CÉU
MÃO

MÃE

D11. Localizar informação em uma frase/texto
O aluno precisa demonstrar habilidades no processamento de leitura de um texto. Espera-se que ele possa identificar, no texto lido, informações que se apresentam explicitamente. Essa informação pode estar presente no início, no meio ou no fim do texto. O texto pode possuir diferentes extensões e graus de complexidade na estrutura dos períodos. Tais fatores podem interferir no processo de localização de informação.

Leia silenciosamente a frase.
Fique atenta! Não vale ler em voz alta.
Risque o quadrinho que mostra até quanto pode medir a cauda do mico-leão-de-cara-dourada.

A CARA DO MICO-LEÃO-DE-CARA-DOURADA
PODE MEDIR ATÉ 37 CENTÍMETROS.

36 centímetros.
37 centímetros.
38 centímetros.
39 centímetros.

D12. Identificar elementos que constroem a narrativa
O alfabetizando deve conhecer gêneros textuais que privilegiam a narrativa, tais como contos de fadas, contos modernos, fábulas, lendas. São avaliadas habilidades relacionadas à identificação de elementos da narrativa: espaço, tempo (isolados ou conjuntamente), personagens e suas ações, e conflito gerador.

Leia o texto abaixo e responda.

DONA BARATINHA

Certa vez, Dona Baratinha encontrou uma moedinha de ouro enquanto varria sua casa.
– Oba! Que sorte! Vou arranjar um noivo.
Toda contente, lá foi Dona Baratinha para a janela, com um laço de fita na cabeça e moeda de ouro na caixinha, cantando assim:
– Quem quer casar com Dona Baratinha que tem fita na cabeça e dinheiro na caixinha...

Texto de domínio público.
Dona Baratinha encontrou a moedinha quando
arranjou um noivo.
colocou o laço de fita.
foi para a janela.
varria sua casa.

D13. Inferir uma informação
O aprendiz precisa revelar capacidade de, a partir da leitura silenciosa e autônoma de um texto, inferir o sentido de uma palavra ou expressão menos freqüente para crianças, em textos de tema/gênero familiar ou menos familiar. A criança deve realizar inferência, o que supõe que seja capaz de ir além do que está dito em um texto. Ou seja, ir além das informações explícitas, relacionando informações presentes em um texto (verbal ou verbal e não-verbal) com seus conhecimentos prévios, a fim de produzir sentido para o que foi lido.

Leia o texto e responda à questão.
Não vale ler em voz alta.

A palavra ZELOSO, no texto, significa Francisco cuidava bem dos animais da fazenda. Ele era um empregado muito zeloso com seu serviço.

AMISTOSO.
CUIDADOSO.
PRAZEROSO.
PREGUIÇOSO.

D14. Identificar assunto de um texto
A criança deve demonstrar capacidade de compreensão global do texto. Ela precisa ser capaz de, após ler um texto, dizer do que ele trata. Ou seja, ser capaz de realizar um exercício de síntese, identificar o assunto que representa a idéia central do texto.

Leia o texto e marque a resposta certa.
Fique atento! Não vale ler em voz alta.

Toda criatura viva cumpre um papel dentro do ambiente em que vive. Até mesmo os tubarões. Diferente do que muita gente pensa, a maioria dos tubarões não oferecem perigo ao homem. Como outro animal qualquer, eles devem ser mais conhecidos, inclusive para a gente não sair espelhando por aí que tubarão serve mesmo é para fazer estrago.

Ciência Hoje na Escola 2: Bichos, Rio de Janeiro, 1996. (Fragmento adaptado).

Risque o quadrinho que mostra sobre o que o texto fala.
Alimentação do tubarão.
Estragos que o tubarão faz.
Importância de salvar o tubarão branco.
Necessidade de conhecer mais os tubarões.

D15. Estabelecer relações lógico-discursivas
O aluno deve identificar, em um texto narrativo ou expositivo/argumentativo, marcas que expressam relações de tempo, lugar, causa e consequência.

D16. Estabelecer relações de continuidade temática a partir da recuperação de elementos da cadeia referencial do texto
A criança deve recuperar o antecedente ou o referente de um determinado elemento anafórico (pronome, elipse ou designação de um nome próprio) destacado no texto. Ou seja, deve demonstrar que compreendeu a que se refere esse elemento.

D17. Reconhecer os usos sociais da ordem alfabética
O aluno deve reconhecer a ordem alfabética tendo em vista seus usos sociais. É avaliado se ele identifica o local de inserção de um nome em uma lista ou agenda, por exemplo. Verifica-se, também, a capacidade de identificação do local correto de inserção de uma palavra, no dicionário, a partir da observação da primeira letra.
1. ALICE
2. DAVI
3. MARISA
4.
5. ROSANA
Seguindo a ordem alfabética, o nome que falta na lista é:
BRUNO.
LUCAS.
PEDRO.
TIAGO.

D18. Identificar gêneros textuais diversos e sua finalidade
A criança precisa reconhecer o gênero textual que circula na sociedade, bem como a finalidade desses textos. Inicialmente são apresentados gêneros mais familiares aos alunos, como: listas, bilhetes, convites, receitas culinárias e, posteriormente outros menos familiares como: notícias, anúncios, textos publicitários, etc. Tais textos podem ser identificados a partir de seu modo de apresentação e/ou de seu tema/assunto e de seu suporte.

LAÍS:
PARABÉNS.
MUITOS ANOS
DE VIDA.
30-05-05
WENDER

APRESENTAR UMA NOTÍCIA.
CONTAR UMA PIADA ENGRAÇADA.
CONVIDAR PARA UM ANIVERSÁRIO.
DAR PARABÉNS A ALGUÉM.

D19. Formular hipóteses
A criança precisa reconhecer o assunto de um texto a partir da observação de uma imagem e/ou da leitura de seu título.

A morte da galinha nanica
Irmãos Grimm
Era uma vez uma galinha nanica que foi a um bosque de amendoeiras com o galo nanico e os dois combinaram que cada um que encontrasse uma amêndoa a dividiria com o outro.
Numa manhã, aconteceu que a galinha encontrou uma amêndoa, mas nada disse ao galo, pois tinha a intenção de comer a amêndoa sozinha. A amêndoa, porém, era tão grande que...

a galinha e o galo começaram a gritar cada vez mais alto.
a galinha e o galo brigaram a tarde inteira.
a galinha ficou perdida no bosque e não conseguiu voltar para casa.
a galinha não conseguiu engolir e ficou entalada com a amêndoa na garganta.

D20. Distinguir fato de opinião sobre o fato
O aluno deve ser capaz de distinguir um fato de uma opinião, explícita ou implícita, sobre determinado fato ao ler histórias ou notícias.

D21. Identificar tese e argumentos
O aluno precisa identificar a tese defendida em um texto e/ou os argumentos presentes que sustentam a tese apresentada.

D22. Avaliar adequação da linguagem usada à situação, sobretudo, a eficiência de um texto ao seu objetivo ou finalidade
A criança deve ser capaz de identificar, por exemplo, marcas de oralidade em um texto escrito ou justificar determinada linguagem presente no texto em função dos objetivos a que ele se propôe.

D23. Determinar o ponto de vista do enunciador ou de personagens sobre fatos, apresentados explícita e implicitamente no texto
O aluno deve identificar, em um dado texto, a fala/discurso direto ou indireto. Nesse caso, o aluno terá que demonstrar que reconhece quem “está com a palavra”.

D24. Identificar efeito de sentido decorrente de recursos gráficos, seleção lexical e repetição
Ao ler o texto, a criança deve ser capaz de identificar os efeitos de sentido decorrentes da utilização de recursos gráficos, do léxico (vocábulo) ou também de identificar humor ou ironia no texto, decorrentes desses recursos.

D25. Escrever palavras
O aluno necessita mostrar capacidade de escrever palavras (monossílabas, dissílabas, trissílabas, polissílabas; oxítonas, paroxítonas, proparoxítonas); com diferentes estruturas silábicas (CV, CCV, CVC, V, VC, ditongo, etc.).

Escreva o nome do desenho:
(APRESENTAR UM DESENHO)

D26. Escrever frases/textos
O alfabetizando precisa escrever frases e pequenos textos. A escrita de frases pode ser feita a partir da observação de uma imagem ou de um ditado. Já a escrita de textos (história) pode ser feita com base na observação de uma seqüência de imagens. Outros gêneros mais familiares como convite, aviso ou bilhete, por exemplo, também são solicitados para serem escritos, tendo em vista a definição de suas condições de produção (o que escrever, para quem, para que, em que suporte, local de circulação).

Observando a matriz, percebe-se que as capacidades apresentadas permitem identificar desde conhecimentos mais iniciais da alfabetização, como a habilidade de identificar letras do alfabeto, até conhecimentos relacionados à compreensão mais ampla de textos, como a habilidade de inferir informação em um texto.
Do ponto de vista da avaliação, as habilidades evidenciadas permitem uma delimitação dos níveis de aprendizagem dos alunos. É importante ter clareza de que uma Matriz de Avaliação não contempla todas as capacidades a serem trabalhadas no dia-a-dia da sala de aula, o que é objeto de uma Matriz de Ensino. Não se pode, assim, confundir Matriz de Ensino com Matriz de Avaliação:
Enquanto a Matriz de Ensino apresenta as habilidades a serem contempladas no processo de ensino e aprendizagem, a Matriz de Avaliação apresenta as habilidades passíveis de serem avaliadas, portanto, é sempre mais restrita do que uma Matriz de Ensino.

http://www.portalavaliacao.caedufjf.net/repositorio/simave/pdf/GuiaMatrizReferenciaLinguaPortuguesaSIMAVE.pdf